Turismo, turismo. Negócios à parte
Apesar do choque quantitativo sofrido pelo setor, as viagens de negócios ainda têm destinos marcados.
Mesmo que toda economia tenha sofrido os impactos da pandemia, o setor de turismo se mostrou especificamente sensível diante das alterações ocasionadas pela COVID-19. Para além da perspectiva da oferta e da demanda, por mais que economicamente o setor tenha sofrido mudanças e que a previsão para sua retomada ocorra gradualmente dentro dos próximos cinco anos[1], no que se refere às preferências, o quesito comportamental das pessoas não se modificou tanto.
Conforme indicam os resultados da PNAD Turismo de 2019 a 2021, é possível verificar que apesar de o número total de viagens ter diminuído, a proporção de viagens pessoais e profissionais se manteve durante o período.
Por mais que tenhamos nos acostumado a realizar calls nas mais diversas plataformas, a rota da tecnologia não ameaça o segmento das viagens de negócios, e seu papel comercial se mostra cada vez mais consolidado no mercado. Isso pode ser verificado no crescimento do volume de transações turísticas realizadas por meio de sites e aplicativos, que segundo a PNAD, representa 76% das vendas do mercado.
Aliando o aumento da praticidade decorrente das vendas online com a retomada das viagens corporativas, é possível observar que seu impacto não apenas atinge o setor do turismo como um todo, como também amplificam a movimentação do valor econômico gerado na economia brasileira. Com o maior volume das atividades presenciais, as empresas apontam uma tendência de investimento na promoção de eventos presenciais e em viagens. A Abracopr (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas) aponta que além da hotelaria, o número de voos; de locação de veículos e de outros serviços se mantém em alta.
Nesse sentido, com o reaquecimento das atividades turísticas, 2022 tem expectativa positiva para o setor de viagens corporativas. De acordo com o levantamento trimestral da Abracorp, o segundo trimestre de 2022 foi marcado por um aumento vertiginoso das movimentações corporativas turísticas. Como indica o faturamento total de tal atividade, o resultado de abril a julho foi 58,4% superior em relação ao realizado até março, e todos os ramos das viagens corporativas aumentaram em mais de 20%.
Considerando a sazonalidade do turismo, as viagens corporativas são fundamentais para a dinamização do setor durante a baixa temporada. Este tipo específico de viagem, portanto, permite que haja uma movimentação contínua do setor que, hoje, se mostra com destino promissor diante do forte reaquecimento dos eventos presenciais, que voltam a ser fechados com um aperto de mão.
[1] https://www.statista.com/outlook/mmo/travel-tourism/brazil#analyst-opinion