Mercado de calçados no Brasil: setor com crescimento estagnado há quase 20 anos.
O Brasil, que já foi o maior produtor de calçados do mundo na década de 1970, atualmente se encontra em 4º lugar com 4,2% de participação na produção global, ficando atrás do Vietnã (7,0%), da Índia (13,6%) e da China (52,1%). Apesar dessa colocação em termos de produção, o país está distante dos primeiros lugares, em termos de consumo per capita, na 41ª colocação. Em 2019, o consumo médio do Brasil ficou em 4 pares por habitante, abaixo de países como Noruega (7,6), Estados Unidos (7,5), Bélgica (7,1) e Suíça (7,0).
Conforme apresentado abaixo, a produção de calçados no Brasil ficou relativamente estável ao longo do tempo com um leve aumento em 2012. Desde 2003, o crescimento médio anual ficou em 0,40% entre 2003 e 2020 e atingiu 764 milhões de pares, ou seja, 3,6 pares per capita, já entre 2003 e 2019, antes dos efeitos da pandemia de Covid-19, houve um crescimento médio anual de 1,71% com 936 milhões de pares vendidos e uma média de 4,4 pares per capita ao final do período.
O setor de calçados, há quase 20 anos, vem “andando de lado”, como costumamos dizer na gíria do mercado financeiro, assim como o consumo (medido em pares de calçados vendidos). Como se reinventar em um mercado tão estagnado? Diferenciação de produtos, competir em preços? Ou simplesmente se trata de aspectos culturais ou, ainda, limitações financeiras dos indivíduos?