Mercado da morte
Cemitérios e funerárias como bons investimentos
Embora a morte ainda seja um estigma e um tema que costuma ser evitado em conversas cotidianas, o mercado brasileiro está cada vez mais ativo e interessado nesse ramo que ainda é, relativamente, pouco conhecido pelo mercado financeiro nacional.
Por se tratar de um investimento certo e seguro, afinal, “nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos” (Benjamin Franklin), o investimento nessa área se torna muito atrativo, principalmente para investidores mais conservadores. O fluxo de caixa futuro da atividade de cemitério, por exemplo, é relativamente estável e com poucos custos variáveis; a inadimplência é baixa em muitos casos e, no final, a retomada do jazigo é mais fácil para o empresário do que retomar uma residência familiar em inadimplemento.
O fluxo de caixa dos serviços funerários e atividades correlatas depende do número de mortes; apesar de pequenas oscilações (não se aplica ao caso concreto da pandemia de Covid-19), o “fluxo de mortes” também é constante.
Globalmente, o investimento em empresas que lidam com a morte (setor de Death Care) já é uma realidade bastante estruturada, contando com grandes empresas valoradas em bilhões de dólares como, por exemplo, a Services Corporation Internacional e a Carriage Services. Essa realidade, aos poucos, vem se fazendo mais presente no mercado brasileiro através de empresas como o Grupo Cortel, que atua no setor de cemitérios, funerárias, crematórios e outros serviços ligados ao fim da vida, e do Fundo Care11 (FII Brazilian Graveyard and Death Care), um FII que investe em cemitérios. .
Entretanto, em uma análise dos retornos do Fundo Care11, observamos que o rendimento é inferior ao do Ibovespa. Evidentemente, estamos falando de produtos diferentes, não só pelo perfil do investidor, mas também pela liquidez e volume de negócios. Fundos imobiliários têm perfil mais conservador e de longo prazo, em contrapartida a investimentos líquidos.
Esse mercado deverá passar por fortes transformações nos próximos anos. A consolidação será um fato para as empresas de cemitérios e serviços funerários. O mercado da morte será palco de mudanças e de possibilidades de investimentos profissionais.