Impactos da Guerra na Economia Brasileira
Nossa economia vem sofrendo com o forte processo inflacionário. Os grupos de alimentação, habitação e transportes registram as maiores altas em 12 meses e sua redução será fundamental para uma retomada mais consistente da atividade produtiva.
Os impactos econômicos do conflito entre Rússia e Ucrânia são, em sua essência, inflacionários. Em especial, uma forte pressão altista nos preços do petróleo, trigo, milho, adubos e óleo de girassol. Ambos os países se destacam com uma produção de commodities relevante para a economia mundial.
Cabe destacar que a Rússia é a maior exportadora de petróleo do mundo. Suas exportações chegam a 4,7 milhões de barris/dia, ante 7 milhões da Arábia Saudita. Com isso, as sanções impostas à economia russa irão sustentar os preços e privilegiar as empresas produtoras de petróleo e gás. A Rússia e a Ucrânia são grandes produtoras de adubos e fertilizantes, nossa agricultura é dependente dessas importações, principalmente da Rússia. O país está focado em realizar um conflito rápido com o objetivo de desestabilizar o atual governo ucraniano. Entretanto, a resistência ucraniana, com o apoio do Ocidente, poderá prolongar esta guerra. Ou seja, há muita incerteza em relação ao tempo que esse conflito vai durar. Esse possível prolongamento afetará as cadeias de abastecimento, gerando escassez de oferta e mais pressão altista de preços.
A guerra poderá beneficiar, inicialmente, as atividades exportadoras de manufaturas e, em especial, as commodities. Entretanto, o combate ao atual processo inflacionário poderá ser mais desafiador e, com efeito, teremos que conviver com uma taxa de juros Selic elevada por um bom tempo.