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Como a taxa de câmbio explica os gastos de brasileiros no exterior

Viagens turísticas ao exterior fazem parte do sonho de diversas famílias brasileiras, que planejam, poupam e gastam suas reservas para realizar esse desejo. O Google, a partir das buscas desas pessoas, listou em maio de 2021 os dez destinos mais desejados pelos brasileiros:

1 – Orlando (EUA)
2 – Cancún (México)
3 – Nova York (EUA)
4 – Paris (França)
5 – Miami (EUA)
6 – Punta Cana (República Dominicana)
7 – Lisboa (Portuga)
8 – Buenos Aires (Argentina)
9 – San Andrés (Colômbia)
10 – Dubai (Emirados Árabes Unidos)

Apesar de serem destinos desejados, o gasto de brasileiros no exterior apresentou queda expressiva desde o início de 2014 em razão da crise econômica decorrente da execução de políticas econômicas inconsistentes, o que desencadeou uma crise de confiança na economia: reduziram-se os gastos de investimento no país e, desde então, não se conseguiu recuperar nem mesmo os níveis de 2011.

Além disso, a lenta recuperação, iniciada desde 2017, foi interrompida com a eclosão da Pandemia de COVID-19 em 2020. As restrições de viagens e o fechamento de fronteiras impuseram uma queda de 31% nesse indicador, representando apenas 25% do total observado em 2011.

Conforme o gráfico a seguir, percebe-se que o consumo das famílias acompanhou a trajetória do PIB entre 2011 e 2020; entretanto, as variáveis que afetam o consumo dos brasileiros nos Estados Unidos foram mais voláteis, como é o caso do número de brasileiros que viajaram.


No gráfico, também fica clara a correlação negativa entre o movimento do Dólar e dos gastos brasileiros no exterior.

Analisando mais a fundo os dados determinantes do consumo de brasileiros no exterior (PIB e Taxa de Câmbio), estimou-se um modelo econométrico com o objetivo de identificar qual o efeito dessas variáveis sobre o consumo deles:

ln(Consumo de brasileiros no exterior) = -99,45–(0,75 ln(Dólar))+(8,13 ln(PIB Real))+μ

A partir do modelo, podemos dizer que a cada 1% de aumento no Dólar, o consumo dos brasileiros no exterior se reduz em 0,75% e que o aumento de 1% no PIB Real aumenta em 8,13% o consumo de brasileiros em países estrangeiros.

Logo, entende-se que a pandemia e as políticas sanitárias atacaram o segmento turístico “em cheio”, sendo um setor que não tem o mesmo poder de reinvenção que outros setores demonstram. Portanto somente a retomada da economia e o aumento do PIB Real podem ajudar o setor do turismo.