Aumento do preço do leilão de energia estimulam projetos de PCHs
O último leilão de energia ocorrido no dia 30/04/15 (A-5) demonstrou que um fonte de energia até então pouco esquecida, as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), pode voltar a cena do mercado de geração em decorrência do preço do MW, o qual ficou acima do R$ 200,00 no leilão, através de PPA (Power Purchase Agreement – Acordo de Compra de Energia).
As PCHs são usinas que aproveitam o potencial de geração de energia de rios, com capacidade de geração entre 1 MW e 30 MW. O aumento dos custos de instalação de usinas nos últimos anos e os preços de venda de energia abaixo dos R$ 200,00 no mercado regulado (geralmente entre R$ 105,00 a R$ 130,00), tornaram muitos projetos inviáveis ou pouco atrativos financeiramente. Outros fatores ajudam a explicar o resgate de projetos de PCHs, tais como: a) a expectativa de crise energética para os próximos anos; b) a constante preocupação com a demanda energética atual; c) o aumento do custo de energia devido a necessidade das UTEs (Usinas Termelétricas), as quais são relativamente mais caras; e, d) as facilidades de licenças ambientais que as PCHs tem comparativamente a UHEs (Usinas Hidrelétricas).
Nossos últimos estudos demonstram que projetos com MW acima dos R$ 200,00 se tornam viáveis a um custo de construção de R$ 5,5 milhões por MW (a 5 anos atrás este custo era de R$ 3 milhões/MW). Caso os preços de construção não subam excessivamente nos próximos períodos, projetos com preço de energia acima de R$ 200,00 serão viáveis economicamente, tornando-se alternativas de investimento com riscos menores.
No último leilão da ANEEL (A-5), foram comprados 1.973 MW ao preço médio de R$ 259/MW, dos quais 8% foram oriundos de PCHs, diante de um valor de R$ 196,00, e 2%, no último leilão ocorrido em 2014. Espera-se que nos próximos leilões o preço de energia seja ainda maior e há estimativa de potencial futuro para PCHs de 10,5 GW, segundo Abragel.